A contemplação da cidade de Pelotas/RS é o ponto de partida para a realização deste ensaio fotográfico, cujo objeto de estudo inicia com meu olhar para os elementos da arquitetura cotidiana. O processo de trabalho consistiu em fotografar partes geométricas das construções, usando-as para capturar formas básicas perante todas as possibilidades visuais que se apresentavam em cena, extraindo o mínimo enquadramento de certa porção da cidade. Assim, essa série fotográfica propõe uma desconstrução de elementos geométricos da imagem na composição.  Esses elementos geométricos são “mirados” com uso de lente teleobjetiva.

A motivação poética que norteia esse trabalho é a busca, dentro de um mundo hiper estimulante visualmente, da imagem fotográfica que possa sintetizar, através do uso do desenho de luz e sombra, formas geométricas e regras de composição de modo a tornar o comum em objeto de interesse artístico. Esse anseio artístico suscita a seguinte questão: No ritmo da vida contemporânea será possível contemplar o que nos rodeia dentro da cidade? Nesse ponto não me refiro aos pontos tradicionais de paisagismo — atrações turísticas, prédios históricos, monumentos ou pontos comerciais — mas sim a encontrar pontos alternativos que normalmente passam despercebidos pelas pessoas, e o que, na maioria das vezes, chamamos de “banais”.

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